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O futuro da automação em centros de distribuição de produtos ultracongelados


AGVs in Freezer storage

INTRODUÇÃO

No mundo acelerado da logística da cadeia de frio, há uma busca incansável pela eficiência: navegar por margens apertadas, garantir a segurança alimentar por meio de um controle meticuloso da temperatura e buscar uma experiência perfeita para o cliente; tudo isso enquanto literalmente se opera dentro de um freezer. A automação é apresentada como um potencial divisor de águas, prometendo maior desempenho, custos de mão de obra reduzidos e um ambiente de trabalho mais seguro para equipes que desafiam temperaturas abaixo de zero. No entanto, a implementação do manuseio automatizado de materiais nesta fronteira gelada apresenta um conjunto singular de obstáculos.

A FRIA REALIDADE DA AUTOMAÇÃO DE ARMAZÉNS DE ULTRACONGELAMENTO

Temperaturas extremas dentro de armazéns de congelamento, normalmente variando de -40°C a -28°C, representam um desafio significativo. Os componentes de equipamentos convencionais simplesmente não são projetados para condições tão adversas. Imagine empilhadeiras com hidráulica lenta, baterias que descarregam a uma taxa alarmante e sensores delicados que se tornam inúteis devido ao frio extremo. Esses problemas não afetam apenas o desempenho, mas também aumentam os custos iniciais devido à necessidade de equipamentos especializados resistentes ao frio.

 

Além disso, a inovação no manuseio de materiais não avança no mesmo ritmo no ambiente de armazenamento a frio que em aplicações padrão. Embora as tecnologias mais recentes, como AGVs (Automated Guided Vehicles) ou AMRs (Autonomous Mobile Robots), estejam fazendo grandes avanços nas instalações de armazenamento em temperatura ambiente, sua adaptação para armazenamento a frio ainda não se difundiu no mercado.

 

A necessidade de alta densidade para minimizar o espaço cúbico que precisa ser mantido frio complica ainda mais as coisas. As soluções de automação tradicionais, como sistemas AS/RS operados por transelevadores, miniloads e transportadores de paletes e caixas, foram adaptadas já há algum tempo para ambientes de congelamento, graças ao bom número de fornecedores de equipamentos à sua escolha. Infelizmente, nem todas as empresas que lidam com produtos congelados têm escala para amortizar financeiramente essas soluções de capital intensivo. Isso se torna ainda mais restritivo em ambientes industriais com uma altura padrão de armazém de 15 metros ou menos e estantes existentes. Simplesmente substituir empilhadeiras manuais por veículos automatizados seria uma solução útil. No entanto, a batalha constante para manter temperaturas frias dentro do armazém inevitavelmente leva à condensação e ao acúmulo de gelo. Isso pode causar estragos na funcionalidade dos sensores, danificar os trilhos dos equipamentos, prejudicar a operação dos sistemas de visão e criar riscos à segurança.

 

As transições de uma zona de temperatura para outra são especialmente críticas. Normalmente, os produtos congelados são armazenados em ambiente de congelamento, mas o processo de entrada e saída é realizado em antecâmaras refrigeradas ou áreas de docas. Se os AGVs estiverem preparados apenas para uma faixa de temperatura estreita, são necessárias soluções adicionais para a entrada e saída da câmara frigorífica, como esteiras transportadoras, que diminuem parte da economia que a automação traz e ainda o valioso espaço.

 

Também não podemos ignorar o aumento dos custos de energia nesta equação. Para construir uma nova câmara frigorífica ou modernizar uma existente, é necessário prestar muita atenção ao investimento financeiro para fornecer “frio” suficiente, mas também ao projeto do edifício para manter efetivamente o ambiente refrigerado.

 

Pode-se pensar que essa necessidade especializada seria uma oportunidade estratégica que os 3PLs poderiam aproveitar, mas na realidade infelizmente isso não funciona necessariamente dessa maneira. A demanda de volume de armazenamento congelado é bastante menor em comparação com outros tipos de armazenamento em temperatura ambiente ou mesmo refrigerado, para que a instalação precise estar estrategicamente localizada para manter a temperatura durante o transporte. Portanto, é difícil encontrar espaço disponível nas poucas e distantes instalações especializadas e, portanto, só estão disponíveis a um preço elevado, o que muitas vezes não é econômico para empresas menores.

QUEBRANDO O GELO: TENDÊNCIAS PARA UM FUTURO MAIS QUENTE

Apesar desses desafios, o futuro do manuseio de materiais congelados é inegavelmente automatizado. Tecnologias inovadoras estão abrindo o caminho:

 

Fabricação de equipamentos especializados

 

A indústria está começando a promover o uso de robôs adaptados ao frio, sistemas de transporte e sistemas de armazenamento automatizados projetados especificamente para funcionar bem em ambientes abaixo de zero. Essas máquinas apresentam lubrificantes específicos, componentes isolados e sistemas avançados de gerenciamento térmico, garantindo desempenho confiável mesmo nas condições mais extremas.

 

Comunicação sem fio

 

A substituição de cabos por tecnologia Wi-Fi ou RFID elimina o risco de danos por condensação devido ao congelamento. Isso não apenas melhora a confiabilidade da transmissão de dados, mas também aumenta a flexibilidade, reduzindo a dependência de infraestruturas fixas dentro do armazém.

 

Interconectividade de software

 

A maioria dos fornecedores de automação, especialmente aqueles que se concentram em inovação e soluções de nicho, já percebeu que a mera capacidade de se comunicar com um sistema servidor e enviar comunicações para cima e para baixo não é suficiente. Em vez disso, os equipamentos de movimentação autônoma também devem ser capazes de coexistir e interagir de forma autônoma com outras peças de automação para obter um fluxo de material verdadeiramente otimizado.

 

Colaboração na indústria

 

Como o mercado já viu em outras áreas da logística, compartilhar o ônus dos custos pode fazer sentido para os negócios, mesmo que isso signifique se unir àqueles que normalmente seriam considerados concorrentes. Quando há uma necessidade maior de várias empresas em potencial com produtos semelhantes dispostos a compartilhar espaço, os 3PLs podem usar economias de escala para justificar o investimento na construção de instalações com temperatura controlada.

O CAMINHO À FRENTE: RUMO A UMA FRONTEIRA GELADA

Embora os desafios permaneçam, os benefícios potenciais da automação em congelamento extremo são significativos demais para serem ignorados. Ao considerar cuidadosamente as demandas específicas de nosso ambiente, adotar tecnologias inovadoras e realizar uma análise completa das opções aplicáveis – que podem variar de automação, terceirização ou colaboração em instalações existentes ou novas – podemos trilhar o caminho para uma solução futura mais eficiente, econômica e, o mais importante, mais segura para nossas operações de alimentos congelados. Afinal, um armazém congelado bem automatizado não é mais uma visão futurista, mas um ingrediente-chave para o sucesso no mundo competitivo das cadeias de suprimentos de produtos congelados.

Autor

CANUSA Supply Alex CV

Canadá/ Estados Unidos


Alexander Supply

Diretor de Engenharia


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